A história do União do Vale Esporte Clube é um capítulo marcante para o futebol de Juquiá e uma prova de como paixão e determinação podem transformar sonhos em realidade, mesmo que temporariamente. Fundado oficialmente em 1º de fevereiro de 2000, o clube nasceu da visão do então vereador Samuel Maninho, um entusiasta do esporte que desejava colocar Juquiá no mapa do futebol profissional paulista.
Com o apoio do empresário Carlos Alberto, de Santos, pai do ex-jogador Rodrigo Beckham, o projeto ganhou corpo. A parceria viabilizou a filiação do União do Vale à Federação Paulista de Futebol (FPF), estruturando o time para competir. A Vila Olímpica Dondinho, uma homenagem ao pai de Pelé, tornou-se o estádio oficial do clube e cenário de suas primeiras conquistas.
O Primeiro Passo no Futebol Profissional
Em 2001, o União do Vale estreou na recém-criada Série B3 do Campeonato Paulista, uma nova divisão que refletia o crescimento do futebol estadual. No jogo de estreia, diante de sua torcida, o time venceu o Paulistano de São Roque por 3 a 1, dando início a uma campanha marcada por momentos de brilho e superação.
Ao longo da competição, o Papagaio do Vale — como ficou conhecido — alternou entre vitórias contundentes e tropeços inesperados. Destaques incluem goleadas por 4 a 0 sobre o União Suzano (Usac) e 6 a 1 sobre o Amparo, além de triunfos decisivos, como os 5 a 2 contra o Guaçuano. Apesar dos desafios, o União do Vale encerrou o primeiro turno no G6, consolidando-se como um dos times mais promissores da competição.
Um Segundo Turno de Altos e Baixos
A trajetória no segundo turno foi marcada por resultados oscilantes. Vitórias importantes, como o 3 a 1 sobre o Usac e o 1 a 0 contra o Osan, mantiveram o time na briga por uma vaga na próxima fase. No entanto, derrotas inesperadas, como o revés de 4 a 1 para o Amparo, complicaram a campanha.
No final, o União do Vale somou 42 pontos, garantindo a sexta colocação no Grupo A e, teoricamente, uma classificação histórica para a segunda etapa da competição. Porém, o sonho foi interrompido. A insuficiente capacidade da Vila Olímpica Dondinho levou à desclassificação do clube, abrindo caminho para o Osan, de Indaiatuba, que terminou em sétimo, mas avançou.
Um Legado que Resiste
Após a desclassificação, o União do Vale nunca mais voltou ao futebol profissional, mas sua breve jornada deixou uma marca indelével nos corações dos torcedores de Juquiá. Samuel Maninho continuou ativo no futebol, gerenciando outros clubes e acumulando conquistas, enquanto Carlos Alberto permaneceu envolvido em parcerias esportivas.
O União do Vale é mais do que um clube; é um símbolo de um sonho coletivo e da paixão de uma cidade pelo futebol. Mesmo sem títulos ou grandes façanhas, sua história é lembrada como uma celebração da perseverança e do amor pelo esporte.

Lairton Fonseca
MTE 19799