Em 2022, agentes identificaram, em Caxias do Sul, 728 focos do Aedes aegypti, também transmissor de outras doenças
A Vigilância Ambiental em Saúde, ligada à Secretaria da Saúde de Caxias do Sul (SMS), reforça o alerta para que a população ajude a controlar os focos do mosquito transmissor da dengue. Em todo o ano passado, agentes de combate a endemias realizaram mais de 130 mil visitas a imóveis, mas esse trabalho precisa ser complementado pela população, que deve realizar a limpeza dos pátios para eliminar locais com água parada, onde o Aedes aegypti se reproduz. Apesar de todo o esforço da Vigilância, 728 focos do mosquito foram notificados em 2022, distribuídos por todas as regiões do município. O inseto também transmite zika vírus e febre chikungunya.
Em 2021 foram notificados 209 focos do Aedes aegypti. Em 2022 foram registrados nove casos de dengue autóctones (contraídos no município). Antes disso, um outro caso havia sido registrado em 2020. “O aumento do número de focos encontrados, 728, demonstra que o mosquito Aedes aegypti está adaptado ao município e à região. Então, estamos informando e chamando a população para somarmos esforços neste combate que, a princípio, é simples: eliminando a água parada de qualquer recipiente em seus pátios”, destaca o diretor técnico da Vigilância Ambiental Saúde, Rogério Poletto.
Os agentes de combate a endemias monitoram, constantemente, 195 pontos estratégicos, como cemitérios, borracharias e floriculturas, onde é comum haver acúmulo de água e, por isso, grande chance de proliferação do mosquito. Em todo o ano passado, foram 4.680 fiscalizações realizadas nesses locais. Ainda são realizadas visitas a imóveis para orientação e busca de focos: foram 96.912 visitas de rotina.
Em quatro edições do Levantamento Rápido de Índice de Infestação para Aedes aegypti (Lira), foram mais 28.715 visitas. Também foram analisadas 2.929 amostras de mosquitos (larvas, pupas ou insetos adultos). A Vigilância Ambiental em Saúde também realiza forte trabalho educativo: foram 21 apresentações do teatro da dengue em escolas, empresas e outros, além de 34 palestras.
Cerca de 40% dos 728 focos foram identificados em locais para armazenamento de água, como baldes, tonéis, tanques, bacias e até em piscinas. Todos foram bloqueados pelos agentes de combate a endemias da Vigilância Ambiental em Saúde, que realizam a busca num raio de 300 metros do foco.
Os criadouros são diversos e incluem ainda bebedouros de animais, pneus, regadores, fontes ornamentais (com água parada), lixo e outros. Em alguns imóveis, a Vigilância chega a encontrar mais de um recipiente com água parada. A atenção precisa ser constante e a todos os espaços: há casos de água parada em lajes ou sobre lonas por vários dias, que acabam se tornando propícias para o mosquito depositar seus ovos. No caso de piscinas, são aquelas fora de uso. Até materiais de construção deixados a céu aberto podem se tornar criadouros caso acumulem água.
Outras ações realizadas em 2022
O trabalho da Vigilância Ambiental em Saúde é extenso e engloba a detecção e prevenção de mudanças no meio ambiente que interfiram na saúde humana. Em todo o ano de 2022 foram atendidas 2.601 denúncias diversas; realizadas 546 coletas e análises de água; 26 fiscalizações em serviços do Samae; 454 aplicações de larvicida biológico (BTI) e 123 entregas a agricultores capacitados para controle do mosquito borrachudo; e ainda 498 autos de infração emitidos e outras ações.
Jornalista
Eunice Ebertz
MTE19958